O
óbvio
No final de semana é comum
as pessoas dormirem um pouco até mais tarde. E Aluizo não afrouxava seu plantão
de vigiar a rua. Bem cedinho estava ele na espreita dos que passavam pela rua. Ficava
atrás do muro aproveitando a sua baixa estatura, e rapidamente podia baixar ou
levantar a cabeça para ver a rua, ou se esconder. Ficava espreitando aqueles
que passavam saindo cedo para trabalhar, ou quem sabe voltando de uma festa.
Mas no final de semana havia
um dia especial. O dia que chegava a revista semanal assinada pelos que moravam
na casa ao lado, a casa da Tia Professorinha. E Aluizo, tinha que pegar a
revista antes que os vizinhos acordassem. Merença adorava ficar folheando a revista para
ver as imagens e as fotos. Parecia ser o óbvio que Aluizo tinha um acordo com o
entregador. Quando ele faltava o serviço de vigília, o entregador colocava a
revista no seu portão.
Quando Embrião estava em sua
casa em férias ou apenas por alguns dias, ficavam os dois na varanda, Aluizo e
Embrião lendo jornais e revistas como dois intelectuais acompanhando as notícias
do dia e da semana. Mídias impressas surrupiadas nas primeiras horas do dia. E outro
fato óbvio ficava claro no comportamento de Aluizo e Merença, fatos que podem
ser definidos com ditados populares: fazer caridade com as esmolas de outros; ou
cumprimentar os outros com o chapéu alheio. Adoravam pegar coisas e obetos de
outros para ofertar como presentes de autoestima. Faziam questão de receber
roupas e coisas usadas para chegar como ofertas na igreja, simulando os bons
samaritanos.
Depois de levar a revista
para dentro de casa, tudo o mais acontecia como se nada tivesse acontecido.
─ Bom dia dona Merença
─ Bom dia Viniçu. Mas o que se
tá fazenu aqui? A Leidicá num ta aqui não! Acho que ela esta dormino ou vai
chega mais tarde. Merda, caralho, já vem o Viniçu para fazer prantão na minha
casa, pensava e resmungava Merença. Mas ela precisava aproveitar a presença de
Viniçu. Viniçu era namorado de Lady K, a
neta de Merença. Ele morava em um castelo branco localizado em uma rua próxima
da casa de Aluizo e Merença.
─ Viniçu aproveita e ajuda o
Predo na lição de casa, que ele tá com uns pobrema.
─ Tá bom dona Merença.
Predão! Qual é o problema?
─ Viniçu, a professora pediu
para escrever uma frase com a palavra ‘óbvio’.
E vou tentar explicar. Vou
dar um exemplo para você Predão. Preste atenção na minha frase, uma pequena
história que vou contar. “Hoje pela manhã, quando eu acordei e olhei pela janela,
vi que o carro do meu pai não estava na garagem. Então eu pensei. É obvio que
meu pai foi trabalhar com o carro”.
Neste momento passa correndo
pelo corredor Merença com um jornal. Viniçu e Predo observaram sua pressa ao
passar com o jornal, embaixo do braço. Viniçu não entende o ato.
Entendi falou logo Predo.
Minha avó passou correndo com o jornal embaixo do braço. Minha avó não sabe
ler, é óbvio que ela vai cagar.
─ Valeu Predão! Toca aqui. E
cumprimentaram-se com gestos de turmas e grupos.
02/01/15
* Esta es una historia
de ficción. Cualquier
parecido con casos reales o personas es mera
coincidencia
* Esta é uma história de ficção. Qualquer
semelhança com casos ou pessoas terá sido mera coincidência
* This is a
fictional story. Any
resemblance to actual cases or persons is entirely
coincidental
É... É óbvio!!! rsrsrsrsrsrsrsrsrsrs Parabéns pelo texto amigo Roberto!!!
ResponderExcluirvlw Gilberto... tks
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