Mais
algumas buzinadas
─ Alôooo.... dona Terezinha,
olha aqui a sua vizinha.
─ Alôooo.... Você conhece a
Tia Peteka? Aquela que brincava com a Tia Professorinha, de boneca.
─ Boa noite dona Merença.
Veio cantar alguma sofrência?
─ “Euvim canta a Índia do
Tiririca”.
─ Uma salva de palmas para
dona Merença.
─ CLAP, Clap, clap, clap clap, ap,.. ap......
─ Índia teus cabelos, teus
cabelo. Índia teus cabelos teus cabelos. Indiaaa...... os teus cabelos......
─ FOM! Fom! Fom! fom!
─ Dona Merença, a senhora
usa xampu de laranja?
─ Não!
─ Dona Merença, a senhora
tomou chá de folhas de laranjeira?
─ Não!
─ Dona Merença a senhora
chupou limão?
─ Não! “E pruquê essas
preguntas?”
─ A sua voz e os seus
cabelos estão um bagaço. Uma bagaceira geral.
─ Uma salva de palmas para
dona Merença.
─ Uhhhhhhhh...
E Merença voltou para casa,
com Aluizo em seu Gordini. Voltaram por uma estrada com muitas pedrinhas. Cataram
pedrinhas por uma estrada, e encontraram algumas flores pelo caminho, como rosas,
dálias e crisântemos. Pararam em algumas casas e Merença foi bem recebida.
─ Olá dona Merença, a que
devemos a sua presença.
Merença irritou-se com a
saudação, interpretando ser uma gozação em referencia ao local das buzinadas.
Não entrou e continuou seu caminho. Aluizo buzinou o Gordini e partiram.
Merença se recusou a entrar na casa e tomar um café, ou comer um pedaço de
bolo. Há muito tempo os parentes e os vizinhos, já lhes serviam em copos,
talheres, e pratos descartáveis. Diziam que era para não sujar as louças, mas Merença
e Aluizo sabiam que havia outro motivo oculto. E este ato vinha irritando os
dois. Mais um motivo para não entrar nas casas para lanchar. De nada adiantava
entrar e comer, e depois sair com um pedaço de bolo embrulhado em um
guardanapo. Estavam de carro, e outras coisas poderiam levar.
Merença preferia voltar para
casa, para olhar e escutar sua coleção de CDs. Uma coleção conquistada com
sacrifício e discrição. Em sua casa ela podia fazer faxinas e cantar, sem
alguém para buzinar. Ainda assim os vizinhos para disfarçar passavam de carro
em frente à sua casa, acenavam e buzinavam. Mal sabendo eles dentro da casa que
os objetivos das buzinadas eram outros.
Tia Caloteirinha seguia os
exemplos de Merença. Cantava um pouco também, arriscava um inglês portenho. Cuidava
da casa, das roupas do Caço, e das cuecas de MC Ardeu. Até o dia que Aluizo
proibiu a entrada de peças intimas e não intimas de MC Ardeu. Com sua voz rouca
de Pato Donald disse que não queria mais que Tia Caloteirinha lavasse as roupas
do MC Ardeu, em sua casa. Embora tivesse estratégias para reduzir o consumo de
água e energia elétrica, Aluizo queria ter e manter a condição de comandante em
seu barco. Quem não aprovasse suas regras que desembarcasse. E as roupas de MC
Ardeu foram dar em outros lugares, e nadar em outras águas.
Certa vez Aluizo
desembarcara o Tio Carrofortinho, que saiu do barco, levando uma tripulação. E
um dia muito tempo depois, ele pediu permissão para reembarcar. O tio
Mauricinho, a tia Professorinha e a tia Caloteirinha chegaram a interceder a
favor do Tio Carrofortinho. Em outro dia depois, o Tio Mauricinho desembarcou
por vontade própria, deixando um grumete e uma ordenança.
E em um dia distante Aluizo também
desembarcou a Tia Professorinha, que chegou com um clandestino sem documentos
ou passaporte, e o embarque não foi autorizado. Muito tempo e muita negociação
foram necessários para o reembarque de Tia Professorinha. As condições e as
profissões de Tia Professorinha favoreceram entrar no barco novamente, trazendo
conhecimentos de salva-vidas.
AVISO/NOTICE/AVISO
* Esta é
uma história de ficção. Qualquer semelhança com casos ou pessoas terá sido mera
coincidência
* This is a fictional story. Any resemblance to actual cases or persons
is entirely coincidental
* Esta es
una historia de ficción. Cualquier parecido con casos reales o personas es mera
coincidência.
Mais
algumas buzinadas
Texto disponível em:
RN
10/01/15
A Discoteca da vizinha
Texto disponível em:
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