Aniversario
da Tia Chester
O aniversario da Tia Chester
estava por chegar, assim que o ano terminar. O destino escolheu o melhor dia
para o nascimento de Tia Chester. Um dia alegre e contagiante. Um dia
igualzinho a ela. Um dia alegre, de satisfação e confraternização. Com direito
a festa na praia. Muito champanhe, muita farofa, muita bebida e muita comida
para saudar Tia Chester e um novo ano que se anuncia. Neste dia Tia Chester
trocava o arroz de carreteiro, por uma festa no terreiro, com autorização do
Embrião, que já tinha perdido os butiás do bolso.
As panelas e os caldeirões
arrebanhados ofereciam sopas e escaldados para a trupe da rua. Bruxas se
alternavam diante do caldeirão sobre um banco também arrebanhado. Tudo naquela
casa parecia não cadastrado, de um vizinho ou de outro, havia um apanhado,
desde as tenras épocas, já haviam colheres e canecas tomadas de crianças.
O aniversario da Tia Chester
não podia ser em outro dia, o dia perfeito para ser seu aniversario. A família
e a parentada distante reunida, em um dia de festas, em praticamente todas as
casas. Um dia para ser comemorado na praia, com muitas velas e muita farofa. Um
dia que a principio é o ultimo, mas se torna o primeiro. Festa na praia e festa
em casa, com direito a muita musica e muita palhaçada. Fantasias para todos os
estilos. Até o Tio Carrofortinho se encantava com seus trajes de rainha. Aluizo
já era mais chegado a um estilo meio glam, meio regaee e meio funk para quem
mora embaixo da ponte.
Festa com direito a MC com pinta
de DJ. MC Ardeu, colocava pimenta e refresco nas festas e nas casas dos outros.
Não importava a casa, ele se sentia em casa. Chegava e aproveitava. Trocava o
canal da televisão, pegava água na geladeira e utilizada o banheiro de porta
aberta. Casado com a Tia Caloteirinha, os dois formavam um casal de furão, bem no
estilo entrão. Entravam na casa da Tia Professorinha sem cerimônia, como se a
casa fosse deles. Já estabeleciam itens beleza, higiene e perfumaria como de
suas propriedades, uma praxe familiar.
Mas a historia aqui é o
aniversario da Tia Chester. Quando tinha karaokê a veia Merença não queria
largar o microfone, queria só ficar a cantar suas sofrências. Aluizo ficava na
função de bem-te-vi, uma hora aqui e outra hora ali, vigiando a rua e o portão
para correr e contar fofocas que via.
Certa vez um vizinho,
preocupado com a saúde de Aluizo, lhe deu de presente uma câmera. Câmera que
evitava o corre-corre para lá e para cá, bastava sentar no sofá, ligar a
televisão e sintonizar, para saber quem na rua ia passar. Depois de um tempo em
vigília, muitas noticias e fofocas já tinha para comentar, sem se estressar, e
sem seu rosto mostrar. O sonho de consumo de Aluizo, a tecnologia aliada com a
fofoca.
* Esta é uma história de ficção. Qualquer
semelhança com casos ou pessoas terá sido mera coincidência
* This is a
fictional story. Any
resemblance to actual cases or persons is entirely
coincidental
* Esta es una historia
de ficción. Cualquier
parecido con casos reales o personas es mera
coincidencia
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