AM
/ FM
AM
- Aliça Monster em FM - Fazendo Merda
Merença supunha ser, ou
queria ser uma grande cantora. Tentou concursos em rádios AM e FM. Era um ‘pra
lá e pra cá’ em AM e FM. Não conseguiu nada, era Aliça Monster (AM) sempre
Fazendo Merda (FM). Esta até hoje em um ‘pra lá e pra cá’ no rádio trocado
estações entre AM e FM. Seus sonhos de ser uma cantora do rádio não vingaram, restaram-lhe
outros sonhos. E um deles, era um sonho de ser o pesadelo de outros.
Merença queria farra, queria
brincar o que não brincou em sua infância. Enquanto pequena, brincava de monstro
que afogava gatinhos e cachorrinhos novinhos, talvez em baldes. Agora que era
maior, queria ser um monstro maior. E era na água que o monstro desde cedo
morava. Nas araruamas (em tupi: o local das araras beberem água), Aliça Monster
gritava como as araras. Aliça Monster morava e praticava suas más ações, nas
águas. Queria dominar o mundo, o seu pequeno mundo.
Merença adora pegar um balde
alheio. Os baldes amarelos parecem ser os seus preferidos, jura que são seus,
quando são requisitados pelos donos. E por vezes atribui a outros a presença
dos baldes em sua casa. Tem uma coleção de baldes, entre os subtraídos e os esquecidos,
outros foram deixados por alguém, e não foram requisitados, evitando maiores desentendimentos.
Receios de o monstro atacar novamente.
Aliça Monster ajeitou seu
califon e partiu para contaminar caixas d’águas e cisternas de fáceis acessos. Às
vezes ela encontrava em seu caminho algumas piscinas rasas, onde também gostava
de se banhar. Tinha medo de escorregar e se afogar, então procurava caixas d’águas
e cisternas com fácil acesso e águas rasas. Piscinas infantis eram ideais.
Lagoas muito rasas também. Ajeitava seu califon e seus banquinhos, os bancos e
banquinhos que nunca foram seus, e entrava nas caixas d’águas da vizinhança.
Cantava Índia enquanto lavava a bunda nas caixas d’águas, seu objetivo maior
era contaminar quantidades enormes de caixas d’águas. Os mosquitos fugiam
quando percebiam a sua presença, ela zumbia mais alto. E seu objetivo utópico maior,
era contaminar a água do mundo, começando pelo seu pequeno mundo. Um mundo que
ela entendia como todo seu.
Com seu califon frouxo e
calçola arreganhada, a arara cantava Índia sem parar, enlouquecendo a
vizinhança, enquanto cascaviava as águas contidas e cercadas. Cada caixa d’água
era como uma banheira.
Era uma torcedora fanática por
futebol, e como ela dizia “time bão é o Framengo”. Antes de seu time começar a
jogar, preparava um pano de prato cheio de nós, como simpatia para o time
adversário perder. Fazia nos depósitos de água a sua banheira. Com o pano de
prato cheio de nós, esfregava para lá e para cá o rego, afundado na água.
Preparava o pano para acompanhar o jogo de futebol, e contaminava a água da
vizinhança.
Merença morava no inicio de
uma rua, e se prevalecia do seu ponto de espia para saber de tudo e de todos.
Seus fieis escudeiros estavam sempre à postos vigiando a rua. Dois bem-te-vis,
um mais velho e outro mais novinho. Qualquer suposta anormalidade ou chegada de
um vizinho, daí os bem-te-vis corriam para dentro da casa para informar. Morar
no início da rua era como uma posição de domínio. Aluizo e Merença se achavam
donos da rua, o rei e a rainha sentados esperando os cumprimentos de seus
súditos que passavam.
Em sua casa como um castelo,
o poder se tornava maior. Controlavam entradas e saídas pelo portão. Sabiam da vida de cada um, e suas vidas
queriam controlar.
26/01/15
AM / FM*
* Esta é uma história de ficção. Qualquer
semelhança com casos ou pessoas terá sido mera coincidência
* This is
a fictional story. Any resemblance to actual cases or persons is entirely
coincidental
* Esta es una
historia de ficción. Cualquier parecido con casos reales o personas es mera
coincidencia
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AVISO: Histórias de
ficção. Qualquer semelhança com casos ou pessoas terá sido mera coincidência
AVISO: Historias de ficción. Cualquier parecido con casos o personas es
pura coincidencia
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entirely coincidental
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