terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Tempos perdidos com presidentes e partidos


Tempos perdidos com presidentes e partidos



PDF 582



Depois da ditadura militar, a escolha presidencial ficou na mão do povo. O povo com o direito de escolher diretamente aquele que julgasse ser um bom presidente.  Um povo com limitações de conhecimentos. O povo que esteve habituado a estudar a EMC, OSPB e EPB.  E um pouco da história geral, com enfoque no Egito e na Mesopotâmia. Noções das Grandes Guerras, com o discurso dos vencedores.



Professores oriundos e defensores daquele sistema de governo foram para as escolas ensinar a ordem unida. Um modelo de preservação do sistema, apontando problemas e soluções. O sistema escolar preparava uma geração para o futuro, baseados em um sistema estabelecido.



No formato da educação em quarteis, ensinaram a Educação Moral e Cívica, a Organização Social e Política Brasileira e Estudos de Problemas Brasileiros. Estudos limitados tais como os quarteis, com muros e sentinelas na porta. Nas escolas, todo dia de aula começava com o hino nacional, tal como nos quartéis, havia também o hasteamento da bandeira. E os alunos seguiam em forma, para a sala de aula. Na hora do lanche, o sistema de fila. O hino, a forma e a fila, como condicionamento e organização para as diversas atividades escolares, tais como os militares. Até que no final das aulas fosse dado um último comando, o último toque da corneta: à vontade, e fora de forma, um verdadeiro debandar. Na fata de quepes, o material escolar ia para o ar. E no dia seguinte tudo se repetia, pontualmente. Na escola já se aprendia a marchar, ouvir comandos, com direito ao rancho em refeitório. Todos uniformizados, e algumas regiões, ainda denominam o uniforme como farda.



Com a abertura política, as escolhas partiriam do povo. Um povo com limitações de conhecimentos, habituados apenas aos problemas internos, sem uma visão crítica da política mundial, retratada ao longo da história. A história contada com um veio cronológico. Tancredo seria a salvação da transição, mas não assumiu. Apostou-se nos nomes que tinham disponíveis. Tentativas se sucederam.


Tentou-se um caçador de marajás e um sociólogo, não deu certo. O Brasil sempre em situação de crescimento; pais subdesenvolvido; participante do Terceiro Mundo; no máximo um pais em desenvolvimento. Classificações sob o ponto de vista dos que se consideram desenvolvidos, participantes do Primeiro Mundo, ou países desenvolvidos. O mundo dividido em blocos.



Procurou-se então uma escolha a partir da velha afirmação, dizendo que o poder emana do povo, e é realizado para o povo, exercendo seus poderes em nome do povo. Escolheu-se então um homem do povo, um homem da classe trabalhadora, defendendo ideias de um partido trabalhador. E sendo um homem do povo, um homem trabalhador, entendia-se como um homem e um partido que defenderia o povo e os seus trabalhadores. Um homem cheio de vícios, oriundo de reuniões em praças. Ganhou notoriedade com o momento de Lech Walesa, um trabalhador polonês, político ativista, fundador de sindicatos.







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