Tempos perdidos com presidentes e partidos
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Depois da ditadura militar, a
escolha presidencial ficou na mão do povo. O povo com o direito de
escolher diretamente aquele que julgasse ser um bom presidente. Um povo
com limitações de conhecimentos. O povo que esteve habituado a estudar a EMC,
OSPB e EPB. E um pouco da história geral, com enfoque no Egito e na
Mesopotâmia. Noções das Grandes Guerras, com o discurso dos vencedores.
Professores oriundos e defensores
daquele sistema de governo foram para as escolas ensinar a ordem unida. Um
modelo de preservação do sistema, apontando problemas e soluções. O sistema
escolar preparava uma geração para o futuro, baseados em um sistema
estabelecido.
No formato da educação em quarteis,
ensinaram a Educação Moral e Cívica, a Organização Social e Política Brasileira
e Estudos de Problemas Brasileiros. Estudos limitados tais como os quarteis,
com muros e sentinelas na porta. Nas escolas, todo dia de aula começava com o
hino nacional, tal como nos quartéis, havia também o hasteamento da bandeira. E
os alunos seguiam em forma, para a sala de aula. Na hora do lanche, o sistema
de fila. O hino, a forma e a fila, como condicionamento e organização para as
diversas atividades escolares, tais como os militares. Até que no final das
aulas fosse dado um último comando, o último toque da corneta: à vontade, e
fora de forma, um verdadeiro debandar. Na fata de quepes, o material escolar ia
para o ar. E no dia seguinte tudo se repetia, pontualmente. Na escola já se
aprendia a marchar, ouvir comandos, com direito ao rancho em refeitório. Todos
uniformizados, e algumas regiões, ainda denominam o uniforme como farda.
Com a abertura política, as escolhas
partiriam do povo. Um povo com limitações de conhecimentos, habituados apenas
aos problemas internos, sem uma visão crítica da política mundial, retratada ao
longo da história. A história contada com um veio cronológico. Tancredo seria a
salvação da transição, mas não assumiu. Apostou-se nos nomes que tinham
disponíveis. Tentativas se sucederam.
Tentou-se um caçador de marajás e um sociólogo, não deu certo. O Brasil sempre em situação de crescimento; pais subdesenvolvido; participante do Terceiro Mundo; no máximo um pais em desenvolvimento. Classificações sob o ponto de vista dos que se consideram desenvolvidos, participantes do Primeiro Mundo, ou países desenvolvidos. O mundo dividido em blocos.
Procurou-se então uma escolha a
partir da velha afirmação, dizendo que o poder emana do povo, e é realizado
para o povo, exercendo seus poderes em nome do povo. Escolheu-se então um homem
do povo, um homem da classe trabalhadora, defendendo ideias de um partido
trabalhador. E sendo um homem do povo, um homem trabalhador, entendia-se como
um homem e um partido que defenderia o povo e os seus trabalhadores. Um homem
cheio de vícios, oriundo de reuniões em praças. Ganhou notoriedade com o
momento de Lech Walesa, um trabalhador polonês, político ativista, fundador de
sindicatos.
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